Conduzi o instrumento pouco conhecido
Como alguém experiente,
Sem experiência,
Percebendo a essência,
Transmitindo-a em afluência.
Mas, espere!
Embora o tenha possuído com facilidade
E incompreensão,
Ele não me pertencia.
Não estive nada surpresa,
E estive surpreendendo,
Sem ser notada.
Troquei o instrumento por semelhante,
E, pasme só! Também não era de minha posse.
Comecei a conduzi-lo,
E como era fascinante sua personificação!
Tão me elevava
E frustrava, pois,
A dúvida do “mais uma vez” me tomava.
Ah! Distraí-me!
Apenas deleitei-me a cada toque.
Também o deixei.
Todavia, não procurava um terceiro,
Conquanto pudesse o desejar,
Lá ele não estaria.
Foram-se os momentos de distração,
Fito o segundo instrumento, ali abandonado por mim,
Duas ou mais de suas peças haviam se soltado,
Tão bem o previ!
Sem drama.
Com a trivial calma,
Cravei-as de volta.
Com drama!
Já não era a mesma coisa,
Havia tal relevância em sua contextura.
E tudo,
Que uma vez fora alegre e luminoso,
Passou a escurecer e a ludibriar.
Possuinte dos dois instrumentos, ela surgiu,
Incidia sua pressa e infelicidade.
Cobrou-me algo que outrora foi avistado
E desdenhado.
Não houve alternativa senão a negação.
Não! Não está comigo!
Nunca esteve...
Percebes?!
Só o contemplei em tua companhia
E tu te recusaste a vê-lo!
Não obstante, tu me exiges...
Repito, não está comigo!
No entanto, posso lhe informar sua localização,
Contanto que vás embora.
E, o que rompido estava,
Não mais o via.
Mal posso recordá-lo...
Suas lembranças, ainda ativas,
Tornavam-se inativas.
Como ainda as sentir?
Restou-me a sombra do que
Aqueles instrumentos haviam me ensinado,
Inspirado-me,
Elevado-me
E um tanto me devastado.
2013,
Thais Poentes
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