Estamos vivas
Na correnteza dos
oceanos,
Envoltas aos seus
redemoinhos,
Em meio a tempestade.
Estamos vivas
No anzol da sereia
Sob o farol da estrela
da manhã,
A luz que nos cega.
Estamos vivas
No observar das árvores,
A cidade passando,
Seguindo os trilhos
Que nos guia o
maquinista.
Ah, estamos vivas!
Os pássaros nos
contemplando,
A correnteza nos
afundando,
Seu medo me encarando.
Estamos vivas
No galho seco que
Nosso lesto fitar pousa
E no caos que nos ronda.
Estamos mais do que
vivas!
O céu está fechado,
O mar está agitado,
Seu murmúrio
E o gargalo da frieza.
Estamos vivas,
Costumava ser tão mais
vivaz,
E lá se vai a paz,
Correm folhas sobre
as águas.
Estamos vivas...
A inquietude me rompe,
Vivo seu incômodo
Com ternura.
Estamos vivas,
Agora fora dos trilhos,
A tristeza que nos toma,
O desconhecimento é seu
vizinho.
Estamos vivas,
E vivamente ela me
anula
E me eleva
Na sepultura.
Estamos vivas,
Pegue-me, me leve,
Arranque minha pele,
Arranhe minha alma.
Estamos vivas, mas
Não estou convencida.
Se não posso vê-lo,
Não posso defini-lo.
Estamos vivas
E, enquanto vivas,
Vivemos a catástrofe
Da sedução.
Estamos vivas
Na escuridão que nos
condicionou,
Em sua face o ar
Do meu respirar.
Estávamos vivas
Na nossa história,
Que não é de
Amor.
Julho de 2017,
Thais Poentes
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