Não te verei
novamente.
Se não posso te
ter,
Esqueço-te.
Tentamos! Ah,
como tentamos!
E concluímos: o “Eu
e Tu” não permanecerá.
O quão iludidas
fomos ao sequer cogitar
Nosso eterno
estar.
E, sim! Tentamos!
Tentamos
principalmente não tentar,
Tentamos arrumar
tentativas frustradas
Apenas para nosso
"nós" natimorto (não) existir.
Tentamos excluir
qualquer possibilidade,
Excluímos todas,
Nós duas,
E, por mais que
não pareça,
Somente nós duas
o fizemos.
A necessidade de
nos destruir
É eminente.
Sendo, sem
novidade alguma,
Tua sobra:
meu carinho;
A tua atenção: o
farelo.
Na ausência do
que lhe é prioridade,
Cá estava eu, a
tola que contiveste.
Não há
considerações em tuas palavras mais doces,
Tampouco
em teus gestos mais graciosos.
São falsos o teu
olhar
E o teu
aglomerar,
Pois não passa de
fantoche meu estimar.
Desprezarei todo
e qualquer sentimento que a ti envolva,
Assim como tu me
desprezas.
A indignidade me
consome,
É tudo o que me
resta.
Tua hipocrisia é
lastimável,
E eu agora lhe
desdenho.
Não há mais nada
para compreender,
Tua
procrastinação não pode mais me ludibriar.
Tu ao
menos tentaste efetivamente findar o laço sujo que
Cultivaste
enquanto meu absentismo?
O que fica à
mostra é tua não vontade,
Entretanto, logo
a mesma vem à tona
E tudo fica claro
como tua pele,
Qual já não pode
mais esconder a escuridão
Que emana de ti e
de tua voz glacial.
Ora, mulher da
frase "atitudes valem mais do que palavras",
Tuas atitudes
demonstram apego,
Apego ao nosso
fracasso,
Apego a tudo
aquilo que nos dispersa.
E quem sou eu
para lhe julgar?
Nunca tivemos
nada além de
Pretensões não
concretizadas.
Talvez minha
poesia não tenha valor algum para nossa aprovação.
Tão previsível
essa aurora...
Alcancei a
naturalidade da convivência com tua ausência.
Não há uma
desculpa sequer aqui,
Aceita
nossa indiferença predominante.
Não há nada além
de folhas negativas que nos encobrem.
Afastemo-nos
delas,
Afastemo-nos de
tudo que defina "nós".
O "nós"
não viverá.
Ele é desesperançoso
como a firmeza em ti, em mim.
Só tu sabes o que
sentes,
E fazes questão
para que assim continue,
Pois nada brotou
de ti,
Eu ao menos não
pude enxergar,
Mesmo míope,
estando perto,
Sou
capaz de, com meus olhos enublados, definir
O que
defronte a mim está.
Não demonstraste
uma rosa qualquer,
Convenceste-me de
que eu estava correta.
Tão exata.... Ah,
vida minha!
Arrogância
minha...
Crítica minha.
Os sonhos meus
perdem todas as cores com teu toque,
Maltrato meu ego
miseravelmente ao tentar provar o contrário.
E este desgosto
não mais me dói.
Não mais.
Tu
não és o alguém que posso conviver compativelmente,
Havia tanto
atrito em nosso pensamento que
Mal pude explanar
meu verídico méleo declarar.
Fica
exclusivamente com minha imagem insólita
E
tua descrença avassaladora,
Esquece
meu sobrenome.
Se não há
progresso, há abandono.
O regresso traz as
garras afiadas
Para te dilacerar
E te deixar
morrer
Na imensidão do
gelo vermelho.
Como reverter?
Não existe uma
maneira de voltar.
Os que não
permitem o que seria sê-lo,
Tornam-se o que
fracassaram ao evitar,
E vemos o que
seria ser, de outra maneira, o que seria.
Odeias o
meu Eu presente,
Saudosa tu ficas com
meu Eu passado,
Saudosa tu ficas com
tua doença.
Odeias minhas
(não) palavras,
Odeias minhas
(não) ações.
O
teu incômodo me renega,
Teu receio é meu
partir.
O quão arcaico é
o meu excogitar?
Minha perspectiva
depravada
Sobre tua
depravação...
Meu ponto de
partida ultrapassado.
Minha resistência
ao mudar...
"Cresça e
apareça", tu deves ter pensado.
Há tanto o que eu
possa aceitar,
Ainda que minha
tolerância seja limitada
Quando se trata
do que compartilham comigo.
Ah, sim!
Demonstro aqui minha lisa transparência:
Tenho o fascínio
de caminhar pelas ruas
E depreciar cada
peça avistada.
O óbvio! Tu
apontaste!
Tu desvendas
tudo, exceto
Tua própria
descortesia.
Tu finges
saber o que queres.
Não mais beberei
de tua confusão,
Nem me afogarei
na mesma.
Janeiro de 2017,
Thais Poentes
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