Quando a noite vem
Uma amante está esperando,
E mais tarde tem
O pranto agonizado.
Poderia ser mais simples
Ou mais raro.
Onde estaria?
Comigo
Ou no ralo.
Clara como a água;
Suja como a tinta;
Cheia de fazer e querer;
Confusa de expressar e ser.
Impossível entender – completamente.
Não posso ter – inteiramente.
A relevância está na consecução de todas,
E somente todas, as peças.
O que desejas?
Que jogo é esse, rainha?
Se sou só sua,
Por que não podes ser só minha?
Se contigo faço ser único,
Por que comigo é só mais um?
Esteve me jogando pedaços,
E eu me entreguei,
Fui e me esforcei,
Embalei-os em meus braços.
Eram saborosos, não desprezei seu sabor.
Mas a mim a maldição de não sonhar,
Ser alguém dominado,
Não funcionou, não funcionará.
Olha os sórdidos sentimentos!
O melhor é deixar-te partir.
Vai-te! Vai-te!
E não me leves.
Sê livre,
Vai voar!
Deixa-me aqui,
Preciso ficar.
Não há mais lugar para mim,
Eu não desejo mais que o tenha.
Está fluindo assim,
Então que se mantenha.
O sonho virou a escuridão,
O suor em minhas mãos
E a febre...
2013,
Thais Poentes
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