Quando me levantei esta madrugada,
O ar escuro me rondava.
A Lua Nova nos observava em minha cama vazia,
Pois vazio era meu receptáculo, –
A réplica do meu entendimento próprio –,
Vivi sua tremura como um
choque arrecadador,
Solicitou a chuva,
E, ao nada eu transmitir, meu desdém virou o seu,
E na escuridão não havia ninguém.
Ela sentiu minha energia
Fajuta,
Sentiu meu entardecer,
Meu prazer e dor.
Quando me levantei esta manhã,
O ar escuro me contornava.
O chamado da minha amada,
Sua voz encantadora ecoava
No vazio do meu receptáculo.
Meu bocejo era vivido,
Seu olhar fora consigo
Uma luz para o amanhã.
Minha cama está vazia,
Já sem meu vazio receptáculo,
Que se encontrava tão logo dali.
Pude notar a garoa por vir,
E, ao a voz melíflua ouvir,
Meu vazio virou seu abrigo.
Cobre-me agora sua calma,
Restou-me tão predominante o antônimo,
Apenas posso visualizar meu bocejo.
Ela sentiu a ausência do meu receptáculo,
Sentiu o vazio da minha cama,
Nesta última, sentiu minha amada deitada
E viu-me partir.
Tenha minha amada,
Tenha minha luz,
Tenha meu receptáculo.
Viu-me partir-me.
Estou sob a chuva,
Ela sentiu.
Março de 2017,
Thais Poentes
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