Parte
I
O desleixo foi o meu passaporte.
Ah, do meu
tronco ele é o condutor,
Deixou
vestígios e o contraste estava em mim,
Para que eu
pudesse aceitar o credo sedutor,
Sento-me
defronte ao seu cavalo,
Penso que
não passo de capim,
Seu olhar
muda em um estalo,
Em minha
mente o som do clarim,
Surpreendente
primária possessão,
Sua energia
tem forte radiação,
Diz um nome,
não o de seu manequim.
Flutuo pelo
toque de seu condão,
O
exibicionismo eu conhecia,
Ele quer o
alarma e se silencia,
Sem
contusão, tenho a dejeção.
Parte
II
Na rua
sombria caminhamos,
Eu e o
companheiro germano (com arbítrio),
A garota
displicente avistamos,
O que fez,
desumano, absorveu ítrio,
Martírio
insano, observamos,
Transformou-se
em um rio.
Como
contemplar a aflição de seu ato?
Dei as
costas à cena horrenda,
Para meus
olhos, foi acetato,
Porém, em
minha última adenda,
Vejo a
garota, terrivelmente,
Dilacerada
inteiramente.
Sua desgraça
derretida em meus passos,
Na subida,
estou nauseada e afastada,
Onde ele
está? Lidando com os fracassos.
Concluo:
“Não podemos fazer nada”.
Impaciente,
me ignora,
Eu, sozinha,
vou embora.
Parte
III
Subo a via
medonha, ainda atônita,
E por que lá
eu estava?
Volto à
antiga vida, sem mônita,
Na vítima
minha faca crava.
A mudança
descuidada, tão imprudente,
Trouxe
inconsistência para meu presente.
Dada minha
incorreção,
Deixo para
traz o sangue escorrendo,
Despercebida,
sem apreensão,
Nenhum temor,
e sem instruendo.
Vou ao julgamento
de Ninguém,
Logo
passarei a ser o Alguém.
O
companheiro germano ali localizado,
É amante da
supremacia, quer o adequado.
O último
padecente não foi o primeiro,
Pelas
crianças inocentes, as mães rugiam.
À minha
espera havia até arqueiro,
Por
vingança, ao vale da morte iriam.
Entenda, não
fui seletiva,
A restrição
não me cabia!
A mais
sincera comitiva.
Minha
declaração era fobia,
Encerrado o
murmúrio,
Ele passa a
me encarar,
Reconhece o
perjúrio.
Quero estar
em outro lugar.
Parte
IV
Do lado de
fora estou,
Ele me
denunciou.
Apresso o
passo,
Fui cercada
naquele espaço.
Corro, tida
como insana,
Rapidamente,
Há tanta
gente,
Ultores à
paisana,
Para aonde
se deslocar?
Deles começo
a desviar.
Percebo que
não me apanham,
Apenas me encurralam,
Inusitada
situação.
Ela se
achega, é uma epopeia,
A mais bela
canção.
Foco nela e esqueço
a assembleia.
Tem-me em um
enlace,
Não capto o
conforto,
O pasmo em
minha face,
O
agrupamento absorto.
Aparto-me
dela,
Seu
comportamento foi inusual,
Deserto a moça
bela
E também a
multidão parcial.
Tive mais
receio da primeira
Do que da
fúria comunal.
Ela ainda me
persegue, feiticeira,
É quase um
ritual.
“Não se
aproxime”,
Devo ter
expressado.
Beija-me, é
o seu crime,
Sai e seu
rumo é alternado.
Parte
V
Eles não
tinham consciência, mas,
Não tentei
libertar-me majestosamente,
Essas não
são memórias póstumas,
Esse é o
imprevisto no ar, acusticamente,
Com pulos
altos, habilidosamente,
Nos muros
altos, os despisto,
Algo que
deveriam ter antevisto.
Não podem me
acompanhar.
Deparo-me
com uma pessoa específica,
É uma ironia
encontrar
Minha velha
amiga. Eu agonística,
Ela em seu
odiento modo insano,
Ermei-me,
recuso seu auxílio cigano.
Impetuosa,
questiono sua lucidez,
Informo meus
atos com sensatez.
Após
explanar que seria extinta,
Em meu rosto
está sua palma sucinta,
E no seu
está o espanto,
Deixo-a ali
estática, ouço o pranto,
Sigo para
meu único desejo:
Ajustar o
meu brejo.
Parte
VI – Final
Iço-me ao cume da colina,
Aquela para avistar a cidade
Em plena solidão, carmina,
A indiferença alheia é docilidade:
As três peças e minha desprezada presença.
A rota está sendo trilhada,
Breve e atinjo minha avença.
Lá está a única alma anelada,
Transformada, me recebe com regalos.
Divido todos, não são resvalos,
Consumo o meu teste,
Sinto-me a mais celeste.
E por que uma vida de morte?
Assim por dentro – o medo é único norte?
Junho de 2018,
Thais Poentes
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