Dance comigo esta noite e vamos celebrar
Teu brilho mais severo no céu distante.
Se eu pudesse em ti encostar por um instante...
Odeia-me como te amo?
Vê-me do alto sob tua respiração ao norte,
Onde está o perfume do teu jardim autógamo.
Celebrar a minha morte é o que te faria forte.
Átomos inúteis residem em minha pele,
Se ao menos tua saliva pudesse expeli-los.
Nosso elo se faz de flagelos, apelos e duelos.
Contra a parede estou por tua mão que me impele.
Se eu pudesse cair, cair...
Passar por todas as camadas evaporadas,
Até me enterrar e me abstrair,
Apenas para engajar em tuas caçadas.
Ela chega com a nevada,
Seu sopro pode soar uma facada.
Sonho vê-la em uma cama estirada,
Senti-la e perceber que não é gelada.
Minha melancolia é uma piada,
Quero do seu humor uma pitada
E não internamente esta pontada,
Seu som é uma rajada.
Venha para minha folha saturada,
Encoste em mim tua mão pálida,
Deixe-me adivinhar tua charada,
Começaremos uma nova temporada.
Novembro de 2019,
Thais Poentes
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